Eu deixarei que morra em mim o desejo de amar os teus olhos que são docesPorque nada te poderei dar senão a mágoa de me veres eternamente exausto.No entanto a tua presença é qualquer coisa como a luz e a vidaE eu sinto que em meu gesto existe o teu gesto e em minha voz a tua voz.Não te quero ter porque em meu ser tudo estaria terminado.Quero só que surjas em mim como a fé nos desesperadosPara que eu possa levar uma gota de orvalho nesta terra amaldiçoadaQue ficou sobre a minha carne como nódoa do passado.Eu deixarei... tu irás e encostarás a tua face em outra face.Teus dedos enlaçarão outros dedos e tu desabrocharás para a madrugada.Mas tu não saberás que quem te colheu fui eu, porque eu fui o grande íntimo da noite.Porque eu encostei minha face na face da noite e ouvi a tua fala amorosa.Porque meus dedos enlaçaram os dedos da névoa suspensos no espaço.E eu trouxe até mim a misteriosa essência do teu abandono desordenado.Eu ficarei só como os veleiros nos pontos silenciosos.Mas eu te possuirei como ninguém porque poderei partir.E todas as lamentações do mar, do vento, do céu, das aves, das estrelas.Serão a tua voz presente, a tua voz ausente, a tua voz serenizada
segunda-feira, 24 de novembro de 2008
terça-feira, 4 de novembro de 2008
Dança sim.
E quando menos se espera vêm a vida e puxa seu tapete lindamente de baixo dos seus pés e faz com que você dance conforme a música que ela impõe.
Então, que rebolemos até o chão dançando essa música absurda, mas de preferência com um belo copo de vodka nas mãos, aquele sorriso maroto e agarrado com uma gostosa no meio da pisssta na buaatiii, causando...hahahahaha
Unidunitê, Salameminguê, adoro biscoito piraquê.
Hermes e Renato sempre me impressionando.
Rir para não chorar.
sábado, 18 de outubro de 2008
Deixa, deixa. deixa....
Andando pelas ruas de um pequeno vilarejo vejo uma senhora cantando:
“Deixa,deixa,deixa
Eu dizer o que penso dessa vida
Preciso demais desabafar”
Ela seguia com uma aparência serena e uma bacia de alumínio na cabeça. A bacia estava cheia de roupa para lavar e junto dela seguia aquela fileira de meninos. Não lembra nenhuma mulher escultural da praia de Ipanema, mas simplesmente uma mulher comum. Sim, uma mulher que é mãe, dona do lar, esposa, menos mulher no sentido que pregamos nas cidades modernas de pedras. Ela deve ter uma colônia Avon, um batom e aquelas rasteirinha....Independente do que consta em sua penteadeira, me chama atenção sua alegria rumo ao rio e suas crianças. Resolvo seguir.
Enquanto lavar, bate na roupa, esprema e estende sob os capins, eu observo como os curumins brincam no rio. Uns afogando os outros, brincando com a água, disputando nada. Tudo alheio a rotina que vemos nos grandes centros urbanos.
Lembro do meu amigo Pimpão. Aquele cabelo liso e seu pijama de listrinhas. Um imenso homem, belo, lindo, mas com espírito de uma pequena criança e uma alma ingênua e companheira. Se diz uma coruja humana, mas basta prosear para ser convidado ao seu parque de diversão: vídeo game, algodão doce, carrinho de supermercado cheio de doce, brincadeira com mangueira de água, cócegas, corrida na grama em tarde de chuva, descanso na sombra de arvores e balanços...enfim, minha doce e alegre criança. Lembra minha infância, assim como esta senhora e seus filhos me lembram conceitos que hoje são colocados como utópicos.
Se meu amigo se tornou uma pessoa maravilhosa mantendo seu espírito de criança, como não podemos desenvolver mantendo princípios éticos e morais numa sociedade mais humana e solidária com o próximo...
Mas continuando a música que a bela senhora cantava feliz sem se preocupar com os males do mundo:
“Deixa,deixa,deixa
Eu dizer o que penso dessa vida
Preciso demais desabafar”
“Deixa,deixa,deixa
Eu dizer o que penso dessa vida
Preciso demais desabafar”
Ela seguia com uma aparência serena e uma bacia de alumínio na cabeça. A bacia estava cheia de roupa para lavar e junto dela seguia aquela fileira de meninos. Não lembra nenhuma mulher escultural da praia de Ipanema, mas simplesmente uma mulher comum. Sim, uma mulher que é mãe, dona do lar, esposa, menos mulher no sentido que pregamos nas cidades modernas de pedras. Ela deve ter uma colônia Avon, um batom e aquelas rasteirinha....Independente do que consta em sua penteadeira, me chama atenção sua alegria rumo ao rio e suas crianças. Resolvo seguir.
Enquanto lavar, bate na roupa, esprema e estende sob os capins, eu observo como os curumins brincam no rio. Uns afogando os outros, brincando com a água, disputando nada. Tudo alheio a rotina que vemos nos grandes centros urbanos.
Lembro do meu amigo Pimpão. Aquele cabelo liso e seu pijama de listrinhas. Um imenso homem, belo, lindo, mas com espírito de uma pequena criança e uma alma ingênua e companheira. Se diz uma coruja humana, mas basta prosear para ser convidado ao seu parque de diversão: vídeo game, algodão doce, carrinho de supermercado cheio de doce, brincadeira com mangueira de água, cócegas, corrida na grama em tarde de chuva, descanso na sombra de arvores e balanços...enfim, minha doce e alegre criança. Lembra minha infância, assim como esta senhora e seus filhos me lembram conceitos que hoje são colocados como utópicos.
Se meu amigo se tornou uma pessoa maravilhosa mantendo seu espírito de criança, como não podemos desenvolver mantendo princípios éticos e morais numa sociedade mais humana e solidária com o próximo...
Mas continuando a música que a bela senhora cantava feliz sem se preocupar com os males do mundo:
“Deixa,deixa,deixa
Eu dizer o que penso dessa vida
Preciso demais desabafar”
Presente da Paulie, ontem pra mim, que me deixou besta por minutos e com um sorriso de orelha à orelha e feliz.
Existem pessoas que não aparecem em nossa vida à toa, eu acredito piamente nisso, pessoas são presentes que ganhamos todos os dias, ok, algumas nem são tão presentes bons assim, mas eu me refiro as que realmente valem à pena, e com Paulie não podia ser diferente.
Tive o prazer de cruzar com ela tempos atrás e começar uma conversa sobre idosos, e o mais legal é que essa mesma conversa me rendeu a amizade até hoje e me apaixonei instantaneamente pela moça que usa batas e tem papo bom.
Menina mágica, de voz meiga, doce, atenciosa, sempre pronta pra te dar uma palavra amiga ou um sorriso, ácida, ponderada, desequilibrada e às vezes equilibrada, sonho, gorda, começo, Cassy (apelidos que só ela entende), que me aguenta mesmo estando o mais chato possível, que me enche de perguntas, mas e daí, eu gosto, ou mesmo quando me grita assim "Luuuuuuuuuuu, te amo" em pleno meu trabalho e todo mundo me olha e pensa "louco", mas eu ainda assim gosto.
Obrigada por me deixar invadir teu mundinho e fazer parte dele, obrigada por invadir o meu mundinho e também fazer parte dele, por sempre me receber feliz e sempre me apoiar, e por sempre ser essa mulher gostosa (entenda-se esse gostosa como gostosa de conviver e também de gostosura...rs), Obrigado por ser um dos presentes que eu recebi esse ano, obrigado por fazer meus dias melhores e fazer valer à pena.
Sim, você faz valer à pena.
Te amo.
Ouvindo Interpol - Lighthouse
terça-feira, 14 de outubro de 2008
E vou...
Enquanto tu faz planos para o fim-de-semana eu pinto a casa inteira de amarelo, depois rosa e, finalmente, branco. Enquanto tu faz planos para mais tarde eu vendo todos os livros para um desconhecido que saliva e usa suspensórios. Enquanto tu faz planos para dezembro eu vou até a rodoviária e devolvo a passagem só de ida. Enquanto tu faz planos para quinta-feira de manhã eu roubo histórias da mesa ao lado. Enquanto tu faz planos para os dias de chuva eu amarro laços de fita no cabelo e lembro de quando fazia isto para te fazer perceber. Enquanto tu faz planos para quando tudo estiver bem eu assassino baratas brancas. Enquanto tu faz planos para esta tarde eu volto a crer no poder calmante da água com açúcar. Enquanto tu faz planos para a noite mais longa do ano eu fico surda. Enquanto tu faz planos para depois do dia cinco eu jogo fora todas as poucas cartas que guardei. Enquanto tu faz planos para quando a cartela de remédios chegar ao fim eu declaro a quem interessar possa, que não mais sou tua. Enquanto tu faz planos para o pôr-do-sol eu bato pregos nas paredes e deixo os quadros no chão. Enquanto tu faz planos para o verão eu falo em espanhol ao telefone e, aproveitando o momento, cantarolo R.E.M sem errar nem uma palavra. Enquanto tu faz planos eu faço mais uma tatuagem e me arrependo quase que imediatamente. Enquanto tu faz planos para quando receber aumento eu afogo um país. Enquanto tu faz planos para oito quilos a menos eu perco todas as esperanças. Enquanto tu faz planos para o sábado vislumbro uma possibilidade de esquecer tudo e começar tudo de novo, outra vez. Enquanto tu faz planos para quando comprar uma bicicleta eu recuso mais um pedaço de pudim. Enquanto tu faz planos para quando acabar o Jornal Nacional eu rasgo fotos. Enquanto tu faz planos para daqui a quinze minutos eu aviso os gatos que está tudo bem. Enquanto tu faz planos para um futuro que não vai mais existir eu decido que terei outro destino.
E vou.
Ouvindo The Dresden Dolls - Half Jack
Alguém avisa Deus que calor não é legal!
sábado, 11 de outubro de 2008
Ai ai
O livro do riso e do esquecimento.
Uma simples frase me deu um choque: “Nós escrevemos porque nossos filhos se desinteressaram de nós”. Sim, escrevemos porque somos seres solitários à procura de outros filhos. Ele conta a estória de uma jovem que trabalhava como garçonete num bar. Seu nome era Tamina. Tamina “fica sentada no bar, num tamborete, e quase sempre há alguém que quer conversar com ela. Todo mundo gosta de Tamina. Porque ela sabe ouvir o que lhe contam. Mas será que ela ouve mesmo? Ou não faz outra coisa senão olhar, muito atenta, muito calada? O que conta é que ela não interrompe a fala. Vocês sabem o que acontece quando duas pessoas conversam. Uma fala e a outra lhe corta a palavra: ‘é exatamente como eu, eu... e começa a falar sobre si até que a primeira consiga por sua vez cortar: é exatamente como eu, eu... Essa frase, exatamente como eu, eu... parece ser um eco aprovador, uma maneira de continuar a reflexão do outro, mas é um engodo: na verdade é uma revolta brutal contra uma violência brutal, um esforço para libertar o nosso próprio ouvido do adversário. Pois toda a vida do homem entre seus semelhantes nada mais é do que um combate para se apossar do ouvido do outro. Todo o mistério da popularidade de Tamina é que ela não deseja falar sobre si mesma. Sem resistência, ela aceita os ocupantes de seu ouvido...”
Tenho tantos ocupantes dos meus ouvidos que as vezes acho que convivo mais com os problemas dos outros do que com os meus. Carrego todos nas minhas costas e me sinto pesado.
É bem simples, você está la sentado, fazendo suas coisas e de repente chega uma pessoa, de preferência uma conhecida, porque não faz sentido desconhecidos desabafarem, apesar disso também acontecer, e despeja em você todas as lamentações, lamúrias, tristezas, vomita em você tudo de ruim que ela possa ter e estar sentindo no momento, aí você, como é um ser amigo, e gosta de ajudar, dá conselhos, tenta aliviar a situação, tenta fazer com que aquilo não seja um bicho de sete cabeças, e a pessoa ouve atentamente, as vezes chora, e vai embora.
E o que sobra?
Sobra você ali sentado, com seus problemas e mais os dos outros.
Acho tão egoísta isso, ninguém me pergunta ao menos se eu quero ouvir ou se posso ouvir. Sinto que as pessoas chegam, pegam um pedaço meu e levam embora, me sinto esgotado sem energia pra cuidar da minha vida, dos meus problemas, de mim.
Ser legal não é legal, ser bonzinho ídem, as pessoas confundem, acham que por você ser legal elas podem e tem o direito de acabar com seu dia enchendo ele de coisas que não são suas.
Ando praticando mais a palavra não, ando não sendo mais legal, ando sem paciência, ando chato, ando sendo grosso, medidas drásticas e que se a pessoa tiver um semancol, ajuda!
Então, não venha me dizer como foi seu dia, sua noite, como está a sua vida, porque fatalmente eu vou ser um trator e vou passar por cima de você sem remorso algum, e vou ser egoísta ao extremo, porque agora eu quero cuidar de mim, cuidar de mim!!!
Ouvindo Beth Gibbons - Mysteries
Trecho do livro de Milan Kundera, bom pra cacete!
Sabadão frio, tudo cinza, chovendo....chato pacas.sexta-feira, 10 de outubro de 2008
Amém
E pouco importa se existe um Deus escrevendo errado em linhas tortas de caderno mal impresso ou se a bola de cristal já disse tudo ou ainda se os destinos estão mesmo marcados na palma da mão e na abóboda do céu.
E se o acaso e seus sabores não significam nada além do que tinha mesmo que acontecer.
E se estamos todos nos perguntando como será, como será o amanhã? Para as cartomantes, os controladores de vôo, as moças de terno rosa, o homem que vende flores, o horóscopo do jornal, o motorista do ônibus, o astrônomo, a mãe, o psiquiatra e a vigésima terceira página de qualquer livro, porque independente de quaisquer previsão, praga, destino, probabilidade, lendo teus bilhetes e os escritos velhos e o verso das fotos impressas e os antigos arquivos de blog uma coisa é muito certa ,definitiva, verdadeira, querendo ou não, gostando ou não, tendo peito para encarar ou não, somos tu e eu, agora e sempre.
Amém.
Ouvindo Kings of Leon - Milk
quinta-feira, 9 de outubro de 2008
Saudade...
"Não quero mais esse negócio de você viver assim, vamos deixar desse negócio de você viver sem mim..."
Saudade...
Saudade de tantas coisas, umas que nem voltam mais, outras que se dá um jeitinho de remediar e essa que me incomoda agora, saudade de uma pessoa que nem se foi ainda, como se sente saudades de uma pessoa que ainda não se foi? É meio absurdo pensar nisso, você está ali, conversando com a indivídua, ela tem hora marcada para sair, porque se não perde o ônibus e você começa a contar os minutos, da maneira mais sado/maso possível, é uma palavra e uma olhada no relógio que também não ajuda nesse momento, porque os minutos aceleram e você se indigna, aí você se afoba e quer falar sobre todas as coisas e assuntos, quer mostrar como gosta dela, e dizer o quanto é importante e tudo que você já pensou ou quis falar em uma fração de segundos.
Odeio despedidas, justamente porque nunca consigo falar tudo, sempre fica a sensação de "eu podia ter dito isso, ou aquilo", odeio ainda mais saber que é apenas uma viagem, onde ela vai se divertir e vai voltar daqui uns 20 dias, contando de como foi, toda feliz, mas tenho um lado egoísta, aliás amor é egoísta, burro, cego, manco, torto....e me odeio por querer que ela fique...
Eu disse amor? bah...nem sei mais o que é, mas seja o que for, dói, ausência dói, igual aquele ralão que você faz no joelho depois de um acidente bem feio, onde fica um ferida aberta, exposta, latejando e não tem como esquecer porque cada pontada que se sente você lembra a causa.
É, isso é saudade, palavrinha besta, pequena mas que faz um belo estrago e que só fica bonita em poemas ou letras de música.
Lado positivo, vou ter tempo de ler os livros de Caio Fernando Abreu, ok, eu já li, mas reler nunca é demais e faz bem, sair para caminhar de manhã, coisa que não faço desde um tempo, baixar músicas, o que não é nenhuma novidade, mas tempo ocioso serve para isso, passar menos tempo em frente ao pc trabalhando naquele world, sair e ver amigos.
Lado negativo, buraquinho, lacuna, vazio que só vai passar, sarar quando a indivídua em questão retornar.
Vai, se divirta, sorria, conheça pessoas novas, respire lugares novos, tome aquele belo bronzeado naquela praia que você quis tanto ir e volte com aquela marquinha causando inveja à todas...rs...visite o maior número de lugares que você consiga, dance, converse sentada à beira da praia tomando uma água de coco e deixe o tempo passar, chore revendo pessoas queridas, esqueça os problemas, seus e dos demais, cuide-se, se namore,se permita, deixe o mundo aqui explodindo, ligue o foda-se e mande os problemas para a casa do c****
Faça boa viagem.
Até a volta.
Escutando Interpol - Pace is the trick.
Assinar:
Postagens (Atom)